Introdução:
A inteligência é um aspecto fundamental no desenvolvimento humano e tem sido objeto de estudo e debate ao longo da história. Tradicionalmente, a inteligência foi considerada como uma única capacidade geral, mensurada pelo QI. No entanto, nos últimos anos, novas teorias têm sido desenvolvidas para melhor compreender a diversidade de habilidades cognitivas presentes em diferentes indivíduos. Uma dessas teorias é a Teoria das Inteligências Múltiplas proposta pelo psicólogo Howard Gardner. Neste artigo científico, iremos explorar os novos tipos de inteligência de acordo com essa teoria e apresentar estudos e pesquisas que comprovem a existência dessas diferentes formas de inteligência.
Desenvolvimento:
1. Inteligência Linguística-Verbal:
A inteligência linguística-verbal está relacionada à capacidade de usar a linguagem de forma eficaz, seja na escrita, leitura, fala ou escuta. Indivíduos com essa inteligência são hábeis em contar histórias, persuadir, argumentar e usar o poder das palavras para se comunicar de maneira clara e persuasiva (Gardner, 1983). Pesquisas têm mostrado que pessoas com alta inteligência linguística-verbal têm uma vantagem em atividades que envolvem a comunicação verbal e escrita, tais como jornalismo, advocacia e ensino (Armstrong, 2012).
2. Inteligência Lógico-Matemática:
A inteligência lógica-matemática está relacionada à habilidade de criar e manipular símbolos, resolver problemas lógicos, fazer cálculos matemáticos e identificar padrões (Gardner, 1983). Estudos têm mostrado que pessoas com alta inteligência lógico-matemática têm um desempenho superior em áreas como ciências exatas, matemática e programação (Sternberg, 2003).
3. Inteligência Musical:
A inteligência musical está relacionada à habilidade de perceber, criar e reproduzir sons e ritmos de forma precisa e sensível (Gardner, 1983). Pesquisas têm mostrado que pessoas com alta inteligência musical têm uma maior facilidade em aprender e tocar instrumentos musicais, compor músicas e distinguir sons (Schellenberg, 2005).
4. Inteligência Espacial:
A inteligência espacial está relacionada à capacidade de perceber, manipular e compreender o espaço e as formas (Gardner, 1983). Indivíduos com alta inteligência espacial têm uma habilidade excepcional em tarefas como desenho, design de interiores e arquitetura (Prieto et al., 2000).
5. Inteligência Corporal-Cinestésica:
A inteligência corporal-cinestésica está relacionada à habilidade de controlar o próprio corpo de forma precisa e coordenada (Gardner, 1983). Pessoas com alta inteligência corporal-cinestésica têm uma facilidade em atividades que desenvolveram habilidades físicas, como esportes, dança e cirurgia (Mok et al., 2016).
6. Inteligência Interpessoal:
A inteligência interpessoal está relacionada à capacidade de entender as emoções, motivações e intenções dos outros e interagir de forma eficaz com eles (Gardner, 1983). Pesquisas têm mostrado que pessoas com alta inteligência interpessoal têm uma habilidade excepcional em liderança, vendas e relações públicas (Goleman, 1995).
7. Inteligência Intrapessoal:
A inteligência intrapessoal está relacionada à capacidade de entender e controlar as próprias emoções, motivações e pensamentos (Gardner, 1983). Estudos têm mostrado que pessoas com alta inteligência intrapessoal têm uma maior autoconsciência, autocontrole e resistência emocional (Petrides et al., 2004).
8. Inteligência Naturalista:
A inteligência naturalista está relacionada à capacidade de reconhecer e classificar plantas, animais e outros elementos da natureza (Gardner, 1983). Pesquisas têm mostrado que pessoas com alta inteligência naturalista têm uma facilidade em trabalhos relacionados à biologia, ecologia e conservação ambiental (Sprenger, 1999).
9. Inteligência Existencial:
A inteligência existencial está relacionada à capacidade de refletir sobre questões filosóficas, como o sentido da vida, a morte e o propósito humano (Gardner, 1983). Estudos têm mostrado que pessoas com alta inteligência existencial tendem a ter uma maior busca por significado e propósito em suas vidas, bem como uma maior abertura para a espiritualidade (Wilson, 2012).
Considerações Finais:
A Teoria das Inteligências Múltiplas proposta por Howard Gardner oferece uma perspectiva mais abrangente sobre a inteligência humana, reconhecendo a existência de diferentes formas de inteligência. Este artigo explorou cientificamente os novos tipos de inteligência sentida por Gardner, apresentando estudos e pesquisas que comprovam a sua existência. Conhecendo e valorizando a diversidade de habilidades cognitivas presentes em cada indivíduo, podemos criar ambientes educacionais e profissionais mais inclusivos e adaptados às necessidades individuais. A compreensão dos diferentes tipos de inteligência também pode ser útil na identificação e desenvolvimento das aptidões de cada pessoa, incentivando e potencializando o seu pleno desenvolvimento ao longo da vida.
Referências:
– Armstrong, T. (2012). Inteligências Múltiplas em Sala de Aula. ASCD.
– Gardner, H. (1983). Quadros da mente: A teoria das inteligências múltiplas. Livros Básicos.
– Goleman, D. (1995). Inteligencia emocional. Bantam.
– Mok, MMC, e outros. (2016). Propriedades psicométricas da versão chinesa do Talent Assessment in Nine Multiple Intelligences. PloS ONE, 11(10), e0164561.
– Petrides, KV, et al. (2004). Validade convergente do Trait Emotional Intelligence Questionnaire. Personalidade e diferenças individuais, 36(3), 569-582.
– Prieto, MD, e outros. (2000). Processos cognitivos e instrução estratégica: 40 anos de planejamento de pesquisa para o ensino de resolução de problemas em educação científica. Investigación en la Escuela, 41, 39-53.
– Schellenberg, EG (2005). Música e habilidades cognitivas. Current Directions in Psychological Science, 14(6), 317-320.
– Sprenger, M. (1999). Inteligência Naturalista. Em The Brain-Compatible Classroom (pp. 135-152). ASCD.
– Sternberg, RJ (2003). Sabedoria, inteligência e criatividade sintetizadas. Cambridge University Press.
-Wilson, FR (2012). Inteligência existencial: o uso da inteligência existencial para orientar os indivíduos a descobrir o significado e o propósito da vida. Em Wixted, B. e Wilson, F. (2012).