Tratamento domiciliar para embolia pulmonar: critérios de avaliação e segurança clínica

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Um estudo recente publicado em um periódico científico europeu investigou a eficácia e segurança de diretrizes para liberação de pacientes com embolia pulmonar para tratamento domiciliar.

A pesquisa, uma meta-análise abrangendo 10 estudos de coorte prospectivos e ensaios clínicos randomizados, analisou dados de aproximadamente 2.700 pacientes. Os critérios de inclusão foram pacientes hemodinamicamente estáveis, sem risco elevado de deterioração por choque obstrutivo ou insuficiência respiratória, e que não tivessem permanecido internados por mais de 24 horas.

Três métodos de triagem foram empregados no estudo:

  1. Critério de Héstia: Uma lista de verificação com 11 indicações para hospitalização, abordando aspectos como hemodinâmica, necessidade de trombólise ou embolectomia, risco de sangramento, uso de oxigênio suplementar, níveis de dor, função renal e hepática, histórico médico e risco de gravidez.
  2. Ferramenta PESI (ou PESI simplificada) combinada com avaliação clínica: Um instrumento simplificado que avalia a gravidade da embolia pulmonar baseado em fatores como idade, histórico de câncer, doença cardiopulmonar crônica, ritmo cardíaco, pressão arterial e saturação de oxigênio.
  3. Lista predefinida de critérios de inclusão e exclusão.

Os resultados do estudo sugerem que a combinação de uma ferramenta validada e o julgamento clínico constitui uma estratégia segura para determinar a elegibilidade de pacientes com embolia pulmonar para tratamento domiciliar. As taxas de mortalidade e eventos adversos (incluindo tromboembolia venosa recorrente, sangramento grave e/ou mortalidade por todas as causas) em 30 dias foram baixas, 0,30% e 1,2% respectivamente.

No entanto, o estudo identificou grupos de risco que requerem atenção especial. Pacientes com câncer apresentaram um risco três a cinco vezes maior de morte e eventos adversos. Além disso, doença cardiopulmonar preexistente, troponina anormal e peptídeo natriurético tipo B anormal foram associados a maior incidência de eventos adversos 14 dias após a alta, embora não tenham impactado as taxas de mortalidade.

Esta pesquisa fornece evidências importantes para orientar a tomada de decisão clínica na gestão de pacientes com embolia pulmonar, destacando a viabilidade do tratamento domiciliar em casos selecionados, mas também enfatizando a necessidade de avaliação cuidadosa em pacientes com fatores de risco específicos.

Referência
(1) Safety of Treating Acute Pulmonary Embolism at Home

Autor

Equipe Seguremed

Equipe Seguremed

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