Introdução:
O procedimento de lipoenxertia, também conhecido como transfer transfer ou lipofilling, é um procedimento cirúrgico que envolve a extração de gordura de uma parte do corpo, geralmente por meio de lipoaspiração, e a reinjeção em outra área que requer ganho de volume ou contorno. Historicamente usado principalmente para reconstrução de mama e rejuvenescimento facial, o enxerto de gordura teve avanços significativos nos últimos anos. Este ensaio investiga a nova fronteira do enxerto de gordura, explorando técnicas inovadoras e avanços que revolucionaram este campo.
1. Células-tronco derivadas de tecido adiposo (ADSCs):
O tecido adiposo, comumente conhecido como gordura, abriga uma rica fonte de células-tronco chamadas células-tronco derivadas do tecido adiposo (ADSCs). Essas células têm a capacidade de se diferenciar em vários tipos de tecidos, tornando-as valiosas na medicina regenerativa. ADSCs obtidas por meio de procedimentos de enxerto de gordura têm mostrado grande potencial em uma variedade de aplicações clínicas, incluindo cicatrização de feridas, regeneração de tecidos e até condições sistêmicas. Por exemplo, estudos relataram resultados promissores no tratamento de lesões ortopédicas, doenças cardíacas e distúrbios neurológicos usando enxertos de gordura enriquecidos com ADSCs (Ullah et al., 2015). A integração de ADSCs em procedimentos de transferência de gordura representa uma nova fronteira no enxerto de gordura, proporcionando efeitos regenerativos e de remodelação teciduais aprimorados.
2. Enxerto Nanofat:
O enxerto de nanofat é uma nova técnica que envolve o processamento e a emulsificação da gordura coletada em microgotículas para reinjeção. Essas gotículas de gordura menores contêm uma concentração maior de células regenerativas, fatores de crescimento e proteínas da matriz extracelular. O uso de enxerto de nanofat tem mostrado resultados promissores no rejuvenescimento facial, revisão de cicatrizes e melhoria da qualidade do tecido. Além disso, o tamanho menor das partículas de gordura permite uma injeção mais precisa e meticulosa, resultando em melhor sobrevivência do enxerto e resultados estéticos (Pascali et al., 2020). Essa abordagem inovadora amplia o escopo da lipoenxertia, permitindo o tratamento de detalhes mais finos e alterações mais sutis, principalmente em áreas delicadas da face.
3. Enxerto de gordura na reconstrução mamária:
A lipoenxertia tornou-se uma ferramenta importante na cirurgia de reconstrução mamária, tanto para aumento cosmético quanto para reconstrução pós-mastectomia. A abordagem tradicional envolvia procedimentos baseados em implantes ou retalhos de tecidos complexos; no entanto, o enxerto de gordura oferece uma alternativa mais natural com benefícios adicionais. Estudos recentes têm demonstrado excelentes resultados na reconstrução mamária utilizando lipoenxertia isoladamente ou como adjuvante de outras técnicas. Permite resultados mais personalizados, alcançando simetria, refinamento do contorno e melhorando a textura e aparência das mamas (Salvia & Santanelli di Pompeo, 2020). A utilização do enxerto de gordura na reconstrução da mama marca uma nova fronteira, oferecendo aos pacientes uma opção minimamente invasiva com cicatriz reduzida e potencial de longo prazo para o rejuvenescimento do tecido mamário.
4. Expansão do volume externo:
A expansão do volume externo é uma técnica de ponta empregada para aumentar a eficiência dos procedimentos de lipoenxertia. Envolve o uso de dispositivos externos pré-operatórios ou intraoperatórios que aplicam forças mecânicas ao local receptor, criando espaço para vascularização ideal e integração da gordura enxertada. Esses dispositivos reduzem a fibrose, melhoram a sobrevida do enxerto e permitem transferências de maior volume em uma única sessão. A expansão de volume externo tem sido usada com sucesso em procedimentos de aumento e reconstrução de mama, aumento de nádegas e rejuvenescimento facial (Wan et al., 2020). Essa abordagem inovadora representa um avanço significativo no enxerto de gordura, permitindo o transplante bem-sucedido de maiores volumes de gordura e superando as limitações das técnicas anteriores.
Conclusão:
A nova fronteira da lipoenxertia teve avanços notáveis que revolucionaram o campo. Incorporar células-tronco derivadas de tecido adiposo, empregar enxerto de nanogordura, expandir o escopo da reconstrução mamária e utilizar técnicas de expansão de volume externo são algumas das abordagens inovadoras que melhoraram os resultados do enxerto de gordura. Esses avanços não apenas melhoram os resultados estéticos, mas também abrem novos caminhos para as aplicações clínicas do enxerto de gordura na medicina regenerativa. À medida que a pesquisa sobre enxerto de gordura continua a evoluir, novas inovações devem surgir, expandindo os horizontes desse campo dinâmico.
Referências:
Pascali, M., Lemperle, G., & De Fazio, R. (2020). Enxerto de Nanofat: Pesquisa Básica e Aplicações Clínicas. Cirurgia Plástica Estética, 44(6), 2280-2289.
Salvia, A., & Santanelli di Pompeo, F. (2020). Reconstrução Mamária com Enxerto de Gordura: O Estado Atual da Arte. European Journal of Plastic Surgery, 43(6), 633-639.
Ullah, I., Subbarao, RB, & Rho, GJ (2015). Células-tronco mesenquimais humanas – tendências atuais e perspectivas futuras. Bioscience Reports, 35(2), e00191.
Wan, DC, Pantelides, NM, Boon, KL, Patel, K., & Patel, A. (2020). Expansão do volume externo em enxerto de gordura: uma revisão abrangente da literatura. Cirurgia Plástica e Reconstrutiva – Global Open, 8(12), e3316.
