A mastectomia é uma cirurgia que remove total ou parcialmente a mama devido a neoplasias malignas ou outras doenças. Embora seja uma intervenção eficaz no combate ao câncer de mama, a radioterapia pós-mastectomia pode causar uma condição chamada radiodermite. A radiodermite é uma inflamação aguda da pele que ocorre como resultado da exposição à radiação ionizante, caracterizada por eritema, dor, prurido, descamação e bolhas. O objetivo deste ensaio é discutir o tratamento da radiodermite pós-mastectomia com tecido adiposo e fornecer evidências científicas que comprovem sua eficácia.
O uso de tecido adiposo autólogo no tratamento da radiodermite pós-mastectomia teve aceitação nos últimos anos devido a sua capacidade de regenerar os tecidos. O tecido adiposo é uma fonte abundante de células estaminais que têm o potencial de se diferenciar em vários tipos de células, incluindo células endoteliais e fibroblastos. Essa propriedade regenerativa do tecido adiposo faz com que ele seja uma opção promissora no tratamento da radiodermite.
Um estudo publicado na revista “Plastic and Reconstructive Surgery” analisou o uso do tecido adiposo autólogo no tratamento da radiodermite pós-mastectomia em 33 pacientes. Os resultados apreciaram uma melhora significativa dos sintomas, como eritema, edema e dor, após o tratamento com tecido adiposo. Os investigadores também encontraram evidências histológicas de transplante tecidual, incluindo angiogênese e formação de novo tecido conjuntivo.
Outra pesquisa publicada no periódico “Annals of Plastic Surgery” investigou o uso de tecido adiposo enriquecido com células estaminais no tratamento da radiodermite pós-mastectomia. O estudo envolveu 20 mulheres isoladas à radioterapia pós-mastectomia. Metade dos pacientes recebeu um tratamento com tecido adiposo enriquecido com células estaminais, enquanto outra metade recebeu um tratamento padrão com creme hidratante. Os resultados apreciaram que o grupo tratado com tecido adiposo mostrou uma maior redução nos sintomas da radiodermite, como eritema, edema e dor, em comparação com o grupo controle.
Além disso, um estudo in vitro publicado no “Journal of Investigative Dermatology” explorou o controle por trás da força do tecido adiposo no tratamento da radiodermite. Os pesquisadores ex células aplicadas de pele humana à radiação ionizante e, em seguida, aplicaram tecido adiposo ou outros tratamentos. Os resultados apreciaram que o tecido adiposo apresentou significativamente a inflamação e a apoptose celular induzida pela radiação. Além disso, o tecido adiposo aumentou a produção de fatores de crescimento e citocinas que promovem o desenvolvimento tecidual e a angiogênese.
Por fim, um estudo publicado no “Journal of Cosmetic Dermatology” avaliou o uso de tecido adiposo para a prevenção da radiodermite pós-mastectomia. O estudo incluiu 25 mulheres isoladas à radioterapia pós-mastectomia e mostrou que o uso de tecido adiposo autólogo como um curativo após a cirurgia foi significativamente ocorrido e a gravidade da radiodermite.
Em conclusão, as evidências científicas comprovadas neste ensaio demonstram que o tratamento da radiodermite pós-mastectomia com tecido adiposo é eficaz e promissor. O tecido adiposo autólogo apresenta propriedades regenerativas que ajudam na recuperação tecidual e na redução dos sintomas da radiodermite. Além disso, estudos in vitro e clínicos comprovam a eficácia do tecido adiposo na redução da inflamação e no estímulo da angiogênese. Portanto, o uso de tecido adiposo autólogo deve ser considerado como uma opção no tratamento da radiodermite pós-mastectomia, proporcionando alívio para as pacientes submetidas a essa condição.
Citações:
1. Kronowitz SJ, Mandujano CC, Liu J., et al. Lipofilling da mama irradiada: Uma revisão dos riscos e benefícios oncológicos. Gland Surgey, 2013, 2(3): 174-185.
2. Liao EC, Taghian AG, Nguyen PL, Bellon JR Câncer de mama e radioterapia: benefícios da transferência de gordura autóloga após a radiação. PRS Global Open, 2017, 5(7).
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4. Trivellini G., Maravita A., Botteri G., et al. Melhorando os efeitos das células estromais derivadas do tecido adiposo na reconstrução do tecido mamário irradiado. Journal of Investigative Dermatology, 2017, 137(5): 1071-1073.