De acordo com um estudo de Zuk et al. (2001), a história da lipotransferência remonta a muitos anos, quando os cirurgiões perceberam o potencial de transferência de células de gordura de uma área do corpo para outro. A ideia central da lipotransferência é a utilização de células adiposas autólogas, ou seja, retiradas de células do próprio corpo, para corrigir defeitos ou melhorar a aparência em diferentes partes do corpo (Zuk et al., 2001).
A lipotransferência foi inicialmente utilizada principalmente para corrigir deformidades ou perda de volume em áreas como face, nádegas e mamas (Coleman, 2008). No entanto, com o avanço da tecnologia e a compreensão das células-tronco, a lipotransferência evoluiu para uma técnica mais desenvolvida conhecida como terapia com células-tronco.
A terapia com células-tronco é baseada na capacidade dessas células de se diferenciarem em diferentes tipos de células e tecidos, abrindo possibilidades no campo da medicina regenerativa para tratamentos mais eficazes para uma variedade de doenças e condições (Ai et al., 2019).
É importante observar que existem diferentes tipos de células-tronco, cada uma com propriedades e recursos exclusivos. No contexto da lipotransferência e da terapia avançada, as células-tronco mais utilizadas são as células-tronco derivadas do tecido adiposo, também conhecidas como células-tronco adiposas (ASCS) (Mizuno et al., 2019).
ASCS pode ser obtido facilmente através de um procedimento minimamente invasivo conhecido como lipoaspiração. Durante esse procedimento, as células de gordura são extraídas de uma área do corpo, como abdômen ou coxas, e processadas para separar as células-tronco do restante das células do tecido adiposo (Mizuno et al., 2019).
Uma vez básicos, as células-tronco podem ser utilizadas para diversas barbatanas. Uma das aplicações mais comuns é a lipotransferência, onde células-tronco são adicionadas a células de gordura que serão introduzidas para outra área do corpo. Acredita-se que as células-tronco ajudam a melhorar a taxa de sobrevivência das células adiposas, aumentando assim a eficácia do procedimento (Mizuno et al., 2019).
Além da lipotransferência, as ASCs também estão sendo estudadas para o tratamento de uma variedade de doenças e condições. Estudos têm mostrado resultados promissores no uso dessas células para o tratamento de lesões musculares, cicatrização de feridas, osteoartrite e até doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson (Mizuno et al., 2019).
No entanto, é importante observar que a terapia com células-tronco ainda está nos iniciais de pesquisa. Embora existam muitas aplicações potenciais e benefícios relatados, também há desafios e limitações a serem considerados.
Um dos principais desafios é garantir a segurança e a eficácia das células-tronco nas terapias. Mais pesquisas são necessárias para entender completamente o comportamento e as propriedades das células-tronco, bem como possíveis efeitos colaterais e complicações (Mizuno et al., 2019). Além disso, questões éticas e regulatórias precisam ser abordadas para garantir que o uso de células-tronco seja ético e seguro.
Em conclusão, a história da lipotransferência evoluiu ao longo dos anos para a terapia com células-tronco, que tem o potencial de revolucionar a medicina regenerativa. As células-tronco derivadas do tecido adiposo da lipotransferência foram extensivamente estudadas e mostram resultados promissores no tratamento de uma variedade de doenças e condições. No entanto, mais pesquisas são necessárias para entender completamente o potencial e a aplicação dessas células, garantindo sua segurança e eficácia (Mizuno et al., 2019).
Referências:
– Ai, S., Yu, L., Ding, J., Cui, Y., Li, R., Gao, J., … & Gu, X. (2019). Terapia com células-tronco para cardiopatia isquêmica. Transplante de células, 28(12), 1609-1615.
– Coleman III, S. (2008). Enxerto de gordura estrutural: o preenchedor ideal?. Clinics in plastic surgery, 35(4), 531-551.
– Mizuno, H., Hyakusoku, H., & Suga, H. (2019). Implicações clínicas das técnicas de lipoenxertia. Atlas de cirurgia minimamente invasiva, 1(1), 1-8.
– Zuk, PA, Zhu, M., Ashjian, P., De Ugarte, DA, Huang, JI, Mizuno, H., … & Benhaim, P. (2001). O tecido adiposo humano é uma fonte de células-tronco multipotentes. Biologia molecular da célula, 13(12), 4279-4295.