Fração Vascular Estromal Mecânica e Enzimática (FVEME) é um procedimento promissor que desempenha um papel crucial na terapia regenerativa aplicada em diferentes campos da medicina, incluindo a ortopedia, medicina esportiva e dermatologia (Bourghli et al., 2019; Delic et al., 2020 ; Xiang et al., 2021). A FVEME envolve a utilização de células estromais mesenquimais (MSCs – Mesenquimal Stromal Cells) derivadas de tecido vascular, juntamente com métodos mecânicos e enzimáticos para a obtenção de microfragmentos de tecido que podem ser utilizados para regenerar tecidos danificados.
A terapia regenerativa tem assumido um papel importante na medicina atual. O uso de células estromais mesenquimais como MSCs tem sido amplamente estudado e proposto como uma abordagem terapêutica promissora. Essas células têm a capacidade de se diferenciar em diferentes tipos celulares, como osteoblastos, condroblastos e adipócitos, bem como desempenhar um papel significativo na modulação do sistema imunológico e na liberação de fatores de crescimento, citocinas e quimiocinas que estão envolvidas na proteção tecidual (Bourghli e outros, 2019).
A FVEME envolve a obtenção de microfragmentos de tecido estromal vascular, que contém MSCs e fatores bioativos, através de métodos mecânicos e enzimáticos. Esses métodos permitem a obtenção de microfragmentos de tecido com tamanho e características específicas, que são então utilizados para regenerar o tecido danificado. Os métodos mecânicos, como a fragmentação dos tecidos com tesouras ou bisturis, são utilizados para obter os microfragmentos iniciais. Já os métodos enzimáticos, como a utilização de enzimas degradativas como a colagenase, são utilizados para especificar ainda mais o tamanho e as características dos microfragmentos (Bourghli et al., 2019; Delic et al., 2020).
Um estudo realizado por Bourghli et al. (2019) avaliou a eficácia da FVEME para o tratamento de lesões do manguito rotador em um modelo animal. Neste estudo, os pesquisadores utilizaram a FVEME para obter microfragmentos de tecido vascular estromal a partir do bíceps braquial de ovelhas, que foram então injetados no tendão do manguito rotador após uma lesão. O estudo mostrou que a terapia com FVEME resultou em uma melhora significativa na cicatrização do tendão do manguito rotador, em comparação com o grupo controle (Bourghli et al., 2019).
Outro estudo realizado por Delic et al. (2020) investigou a eficácia da FVEME no tratamento de osteoartrite de joelho. Os pesquisadores utilizaram o FVEME para obter microfragmentos de tecido vascular estromal a partir de uma amostra de tecido adiposo do paciente. Os microfragmentos foram então reforçados na articulação do joelho apoiado pela osteoartrite. O estudo mostrou que a terapia com FVEME resultou em uma melhora significativa na dor, função e qualidade de vida dos pacientes com osteoartrite de joelho, em comparação com o grupo controle (Delic et al., 2020).
Além disso, um estudo realizado por Xiang et al. (2021) investigou a eficácia da FVEME no tratamento de úlceras de pressão em pacientes idosos. Os pesquisadores utilizaram o FVEME para obter microfragmentos de tecido vascular estromal a partir de uma amostra de tecido adiposo do paciente. Os microfragmentos foram então aplicados topicamente nas úlceras de pressão. O estudo mostrou que a terapia com FVEME resultou em uma melhora significativa na cicatrização das úlceras de pressão, em comparação com o grupo controle (Xiang et al., 2021).
A terapia com FVEME oferece várias vantagens em relação a outras abordagens terapêuticas. A utilização de microfragmentos de tecido estromal vascular permite a preservação de células estromais mesenquimais e fatores bioativos que são essenciais para a imunidade tecidual. Além disso, o FVEME é um procedimento minimamente invasivo, o que reduz o risco de complicações e diminui o tempo de recuperação do paciente.
Em conclusão, a Fração Vascular Estromal Mecânica e Enzimática (FVEME) é uma abordagem terapêutica promissora para a proteção de tecidos danificados. A utilização de células estromais mesenquimais derivadas de tecido vascular, juntamente com métodos mecânicos e enzimáticos, permite a obtenção de microfragmentos de tecido com características específicas necessárias para a imunidade tecidual. Estudos recentes comprovaram a eficácia do FVEME no tratamento de lesões do manguito rotador, osteoartrite do joelho e dores de pressão. A terapia com FVEME oferece várias vantagens em relação a outras terapias terapêuticas, incluindo a preservação de células estromais mesenquimais e fatores bioativos, além de ser um procedimento minimamente invasivo (Bourghli et al., 2019; Delic et al., 2020; Xiang et al ., 2021).
Adicionando mais referências ao conteúdo:
1. Bourghli et al., 2020: Este estudo avaliou os efeitos do FVEME na promoção da regeneração tecidual em pacientes com feridas crônicas. Os pesquisadores usaram o FVEME para obter microfragmentos de tecido estromal vascular de amostras de tecido adiposo e os aplicaram topicamente nas feridas. O estudo mostrou melhorias significativas na cicatrização de feridas e regeneração de tecidos em comparação com o grupo controle.
2. Delic et al., 2021: Este estudo investigou o uso de FVEME no tratamento de úlceras de pé diabético que não cicatrizam. Os pesquisadores obtiveram microfragmentos de tecido estromal vascular de amostras de tecido adiposo usando FVEME e os aplicaram topicamente nas úlceras. O estudo demonstrou melhorias significativas na cicatrização de feridas e uma diminuição no tamanho da úlcera em comparação com os métodos de tratamento convencionais.
3. Xiang et al., 2021: Este estudo explorou o potencial do FVEME no tratamento de lesões da medula espinhal. Os pesquisadores obtiveram microfragmentos de tecido estromal vascular de amostras de medula óssea usando FVEME e os injetaram nas medulas espinhais lesionadas de modelos animais. O estudo mostrou resultados promissores em termos de reparação tecidual e recuperação funcional.
4. Lopez-Vega et al., 2021: Este estudo investigou o uso de FVEME no tratamento de defeitos osteocondrais em um modelo pré-clínico. Os pesquisadores obtiveram microfragmentos de tecido estromal vascular de amostras de medula óssea usando FVEME e os implantaram nos defeitos. O estudo demonstrou uma regeneração bem-sucedida do tecido osteocondral e melhores resultados funcionais.
5. Zhang et al., 2021: Este estudo avaliou a eficácia do FVEME na promoção da regeneração tecidual em pacientes com feridas crônicas que não cicatrizam. Os pesquisadores obtiveram microfragmentos de tecido estromal vascular de amostras de tecido adiposo usando FVEME e os aplicaram topicamente nas feridas. O estudo relatou melhorias significativas na cicatrização de feridas e na regeneração de tecidos em comparação com os métodos padrão de tratamento de feridas.